Conversamos com a Organização Horas da Vida para saber como tem sido o trabalho durante a pandemia
Mariana Paulino
Jornalista e integrante da equipe de Comunicação do Atados
Doação de cestas básicas para as OSCs associadas ao Horas da Vida
Em março fará um ano que o Brasil decretou o lockdown e após a chegada da segunda onda, com um aumento considerável de casos, e o anúncio de uma mutação do corona vírus o sistema de saúde pública vem colapsando ainda mais. De longe o estado do Amazonas é o mais prejudicado, mas diversas ONGs estão se juntando para poder dar suporte atuando com voluntários e campanhas de arrecadação. Mas como tem sido o trabalho dessas organizações durante a pandemia? Quais são as dificuldades? E quais são as perspectivas? Conversamos com o Instituto Horas da Vida que tem como missão estruturar uma rede de voluntariado na área da Saúde.
A Camila Mendonça Sartorato que é gerente de projetos e operações no Instituto falou como era o trabalho da ONG antes da pandemia e como está sendo agora. “Nossa OSCs precisou se reinventar neste período de pandemia, muitos projetos que já estavam planejados e em andamento, precisaram ser cancelados”, explica Camila. Segundo a gerente de projetos, a maior dificuldade tem sido a captação de recursos para novos projetos. “Felizmente, desenvolvemos projetos em tempo oportuno e que conseguiram captar doações de forma expressiva para mantermos a operação do Horas da Vida”, completa.
A busca de voluntários na área da saúde continua, mas para participar de lives e projetos de forma remota. A Camila também explica que a demanda para voluntários é ainda menor, mas explica que estão trabalhando no planejamento para abrir mais vagas. A ONG reúne profissionais dispostos a doar horas de trabalho para atender pessoas de 11 instituições parceiras da organização. O trabalho inclui mapeamento populacional, triagem e direcionamento dos pacientes, atendimentos médicos e de outras áreas de saúde, além de exames, doação de óculos e outros serviços destinados à educação para a saúde, como aulas e palestras.
Confira entrevista completa com a gerente de projetos e operações, Camila Mendonça Sartorato, do Instituto Horas da Vida.
Como tem sido o trabalho da sua ONG durante a pandemia e o que mudou? Como era o trabalho antes ?
Nossa OSCs precisou se reinventar neste período de pandemia, muitos projetos que já estavam planejados e em andamento, precisaram ser cancelados. Neste momento precisamos criar e desenvolver novos projetos, todos direcionados para atender as necessidades desencadeadas pela pandemia. Trabalhávamos com mutirões de atendimento em saúde, palestras em grupo, atendimento médico em consultórios e toda esta estrutura foi paralisada, precisamos desenvolver projetos de arrecadação de cestas básicas, lives em educação em saúde, atendimento psicológico para profissionais de saúde da linha de frente, entre outros.
Quais são as maiores dificuldades?
As maiores dificuldades enfrentadas têm sido na captação de recursos para novos projetos, pois diante do cenário, patrocinadores, mantenedores também foram afetados pela crise econômica.
Você tem uma média de quantas doações e voluntários se envolveram na causa durante estes meses? Aumentou?
Referente às doações, felizmente, desenvolvemos projetos em tempo oportuno e que conseguiram captar de forma expressiva para mantermos a operação do Horas da Vida. Porém, no voluntariado, estamos constantemente buscando voluntários em saúde para participar de lives, projetos, mesmo de forma remota. A demanda para voluntários ainda é pequena, mas estamos trabalhando no planejamento para abrir oportunidades para a retomada de muitos voluntários.
Qual sua visão das medidas tomadas pelas autoridades governamentais da sua região?
Estamos de acordo com a prudência na realização do distanciamento social e isolamento, todo nosso trabalho tem sido respeitando as medidas tomadas, inclusive adotando o trabalho home office em tempo integral desde o início da pandemia.
Existe algum tipo de trabalho que pode ser feito por voluntários para contribuir com o seu projeto?
Sim. No momento, oportunidades para o desenvolvimento de conteúdo e temas de inovação voltados para Saúde Pública, Educação em Saúde e Atenção Primária. Após a retomada das atividades e permissão para atividades presenciais, médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde para a realização de mutirões, palestras dentre outros.
Qual a importância do voluntariado em sua organização, por onde conheceu o Atados?
O voluntariado é de suma importância para o Instituto Horas da Vida, pois somente através dele conseguimos prestar assistência para pessoas em vulnerabilidade social com dificuldade de acesso ao sistema de saúde. Conhecemos a Atados há alguns anos atrás, por meio de networking de rede do terceiro setor.
Foto: @horasdavida
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