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Você sabe quais são os cuidados com a saúde sexual na adolescência?



Rafaela Limeira

COREN 710443/SP


A sexualidade é algo biológico, psicológico e social para o ser humano. Os comportamentos e as práticas sexuais, sentimentos e desejos, estão inseridos e são influenciados relações estabelecidas entre as pessoas que dela fazem parte.

A maneira como os jovens vão viver experiências sexuais é influenciada por vários fatores entre os quais estão: a qualidade das relações afetivas com familiares e amigos, transformações físicas, psicológicas e sociais, valores, crenças e tradições da família e da sociedade na qual eles estão inseridos.

Com a vida sexualmente ativa os jovens estão sujeitos à Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) se não houver a proteção adequada. Por isso previna-se, alguns métodos contraceptivos não protegem contra IST, como por exemplo pílulas. Apenas a camisinha feminina e masculina protege contra IST.


Principais métodos contraceptivos:


· Camisinha feminina;

· Camisinha masculina;

· Pílula anticoncepcional;

· Pílula do dia seguinte;

· Injeção anticoncepcional;

· DIU;

· Implante;

· Adesivo anticoncepcional;

· Anel vaginal combinado;

· Diafragma;

· Espermicida.


Camisinha feminina – disponível gratuitamente no SUS

A camisinha feminina é feita de diferentes materiais como poliuretano, borracha nitrílica e látex e se adapta perfeitamente à vagina e protege a vulva, a vagina e o colo do útero.

A camisinha feminina impede a gravidez porque evita a entrada dos espermatozoides na vagina. Ela é um método que oferece dupla proteção porque, além de proteger da gravidez, também previne as IST ao evitar o contato entre a vagina e o pênis. Não pode ser usada em conjunto com a camisinha masculina.

Ela deve ser colocada antes de qualquer contato da vagina com o pênis e pode ser colocada até 8 horas antes de uma relação sexual, podendo ser usada inclusive durante a menstruação. Ela não pode ser reutilizada, deve-se usar uma camisinha para cada relação sexual.


Camisinha masculina – disponível gratuitamente no SUS

É uma capa fina de látex ou plástico que deve ser colocada no pênis ereto antes de cada relação sexual. Algumas camisinhas são lubrificadas com silicone ou lubrificantes a base de água, algumas são revestidas com espermicidas além do lubrificante.

A camisinha masculina evita que os espermatozoides contidos no sêmen entrem em contato com a vagina, se desloquem até o útero da mulher e fecundem o óvulo. Além de prevenir a gravidez, também evita as infecções de transmissão sexual (ISTs), incluindo a infecção pelo HIV-Aids.

As camisinhas masculina ou feminina são os únicos métodos que oferecem DUPLAPROTEÇÃO. Quando usadas corretamente protegem você e seu(a) parceiro(a) de uma gravidez não planejada e de uma IST (Infecções sexualmente transmissíveis).


Pílulas anticoncepcionais

As pílulas anticoncepcionais são comprimidos que contém baixas doses de hormônios parecidos com os hormônios que a mulher produz em seu corpo. Existem dois tipos de pílula:

· Pílulas combinadas

· Minipílulas

Deve-se seguir as orientações do/a profissional de saúde.

A seguir dois esquemas de uso:

· Cartelas com 21 pílulas – Esquema: Iniciar a primeira cartela entre o primeiro e o quinto dia da menstruação, tomar a pílula durante 21 dias e fazer sete dias de intervalo sem tomar. No oitavo dia, deve-se iniciar uma nova cartela.

Importante saber que se a mulher ficar mais de sete dias de intervalo sem tomar a pílula anticoncepcional, a chance de gravidez é maior.

· Pílulas de uso contínuo: Essas pílulas anticoncepcionais vêm em embalagens com 28 ou com3 5 pílulas. Deve-se tomar uma pílula cada dia. Quando terminar a cartela, não precisa fazer intervalo, deve se continuar imediatamente a próxima cartela. Se a mulher esquece de tomar uma ou mais pílulas, aumenta o risco de gravidez.


Anticoncepção oral de emergência (Pílula do dia seguinte)

A anticoncepção de emergência ou pílula anticoncepcional de emergência é o único método anticoncepcional que pode ser usado pelas mulheres para prevenir uma gravidez depois de uma relação sexual vaginal desprotegida, ou seja, nos casos de falha presumida de um método anticoncepcional, como esquecer de tomar a pílula, rompimento ou deslizamento da camisinha.

Deve ser usada somente em situações de emergência, quando se tem uma relação sexual vaginal desprotegida. Isto inclui se a mulher esqueceu de tomar a pílula, houve ruptura ou deslizamento da camisinha, houve uma relação sexual que não se planejou e não se usou camisinha nem outro método anticoncepcional e em caso de violência sexual.

Lembre-se que a chance de ficar grávida é menor ao tomar a pílula, porém não 100% de eficácia.


Injeções anticoncepcionais

As injeções são métodos de alta eficácia que contêm hormônios parecidos com os que a mulher tem em seu corpo. Existem dois tipos de injeções:

· Injeções combinadas: Contêm dois hormônios, estrogênio e progestogênio, iguais aos hormônios produzidos pela mulher em seu ciclo menstrual. Se toma uma vez por mês.

· Injeções só de progestogênio: Contêm só um hormônio, com efeitos muito parecidos à progesterona, um dos hormônios produzidos no ovário da mulher durante seu ciclo menstrual. Se toma a cada 3 meses.


DIU

DIU é a sigla de Dispositivo Intrauterino. Isto significa que é um dispositivo que é colocado dentro do útero. O dispositivo intrauterino (DIU) é um método anticoncepcional reversível, de longa duração, e de alta eficácia.

Existem diferentes tipos de DIU:

· DIU com Cobre: o mais utilizado no Brasil e no mundo, que está disponível no SUS e na rede privada.

· DIU com hormônio: Existem dois tipos, o Mirena e o Kyleena, que estão disponíveis na rede privada.

Para iniciar o uso de um DIU é preciso primeiro procurar um serviço de saúde para receber informações e passar pela orientação de um profissional da saúde para verificar os critérios de elegibilidade. Também será feito um exame ginecológico antes da colocação do DIU.

Os DIUs são métodos de longa duração.

· O DIU com cobre dura 10 anos.

· O DIU com hormônio dura 5 anos.


Implante

O implante anticoncepcional é um método de alta eficácia e de longa duração.

O implante disponível no Brasil é um cilindro feito de um plástico especial, de 4 cm de comprimento flexível, que contém um hormônio (progestogênio), que se coloca embaixo da pele, habitualmente no braço. Ele libera de maneira lenta e contínua, pequenas doses diárias de hormônio, suficientes para ter efeito anticoncepcional por três anos.

O implante funciona porque os hormônios do cilindro, passam lentamente para o sangue da mulher e esse hormônio no sangue inibe ou bloqueia a ovulação. Sem óvulo, não tem gravidez. Além disso, o implante também altera o muco cervical, dificultando a entrada dos espermatozoides no útero da mulher.


Adesivo anticoncepcional

É um adesivo quadrado que contém dois hormônios parecidos aos da pílula anticoncepcional. Esses hormônios passam através da pele até chegar à corrente sanguínea produzindo um efeito anticoncepcional semelhante ao da pílula.

O adesivo evita a gravidez porque impede a ovulação. Além disso, ele também engrossa e diminui o muco cervical dificultando a passagem dos espermatozoides ao útero.


Anel vaginal combinado

É um anel de plástico flexível e transparente, que contém dois hormônios iguais aos da pílula oral. Esses hormônios são absorvidos através da mucosa vaginal em doses baixas e constantes.

O anel vaginal funciona igual a um anticoncepcional oral (pílula), portanto ele evita a ovulação, ou seja, impede a saída do óvulo dos ovários. Se não tem óvulo, não pode ocorrer a gravidez. Além disso, ele também engrossa o muco cervical dificultando a passagem dos espermatozoides.


Diafragma

O diafragma é uma membrana de látex flexível com forma de cúpula, e com borda circular, que deve ser colocado na vagina cobrindo o colo do útero. Ele é utilizado com creme espermicida, gel ou espuma para aumentar a sua eficácia.

O diafragma atua impedindo a entrada dos espermatozoides no colo do útero e o espermicida, que se coloca dentro dele, destrói ou imobiliza os espermatozoides impedindo que entrem em contato com o óvulo, impedindo sua fecundação.

Para iniciar o uso do diafragma é preciso procurar um serviço de saúde para que um profissional de saúde capacitado verifique qual o tamanho do diafragma a ser utilizado, ensine como colocá-lo e dê as orientações necessárias para usá-lo corretamente.


Espermicidas

Os espermicidas são substâncias que destroem os espermatozoides e devem ser colocadas bem no fundo da vagina, perto do colo do útero antes de uma relação sexual. Também podem ser utilizados nos preservativos e no diafragma.

Os espermicidas são vendidos em forma de geleia, cremes, espumas, comprimidos e filmes, que são colocados na vagina com objetivo de evitar uma gravidez. É um método de eficácia muito baixa, quando usado sem outro método anticoncepcional. Quando usado com diafragma e preservativos (masculino ou feminino) apresenta eficácia mais alta.


Infecções Sexualmente Transmissíveis

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Podem ser transmitidas através do contato sexual (oral, vaginal, anal) se não utilizar camisinha masculina ou feminina. A transmissão pode acontecer, também, da mãe para o bebê durante a gestação, durante o parto ou a amamentação. De maneira menos comum, as IST também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele com feridas abertas e secreções corporais contaminadas. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.


PRINCIPAIS INFECÇÕES

Existem diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, mas os exemplos mais conhecidos são:

  • Herpes genital;

  • Cancro mole (cancroide);

  • HPV;

  • Doença Inflamatória Pélvica (DIP);

  • Donovanose;

  • Hepatite B e C

  • Gonorreia e infecção por Clamídia;

  • Linfogranuloma venéreo (LGV);

  • Sífilis;

  • Infecção pelo HTLV;

  • Tricomoníase;

  • HIV.



SINTOMAS

Os sinais e sintomas podem ser feridas, corrimentos, e verrugas anogenitais, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele. As IST aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes do corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

É muito importante observar o próprio corpo durante a higiene pessoal, pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, procure o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual.

Algumas infecções podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte. Por isso, é importante fazer exames laboratoriais para verificar se houve contato com alguma pessoa que tenha IST, após ter relação sexual desprotegida – sem camisinha masculina ou feminina, ou até por contaminação através de cortes e feridas imperceptíveis.


PREVENÇÃO

O uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/aids e das hepatites virais B e C. Serve também para evitar a gravidez.

Importante ressaltar que existem vários métodos para evitar a gravidez; no entanto, o único método com eficácia para prevenção de IST é a camisinha (masculina ou feminina). Orienta-se, sempre que possível, realizar dupla proteção: uso da camisinha e outro método anticonceptivo de escolha.

A camisinha masculina ou feminina pode ser retirada gratuitamente nas unidades de saúde.

Quem tem relação sexual desprotegida pode contrair uma IST. Independente da idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião. A pessoa pode estar aparentemente saudável, mas pode estar infectada por uma IST.


Fonte:

Ministério da Saúde

Organização Mundial da Saúde


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